DISCURSOS CULTURAIS PÓS-COLONIAIS NA AMÉRICA LATINA. A INSTABILIDADE DAS MARGENS E FRONTEIRAS SIMBÓLICAS: TÊNUES, POROSAS E DE SUTIL LIMITE
Resumo
Vivemos numa época de grandes transformações culturais, em meio das quais a compreensão do que é cultura se distancia das formas canônicas ditas universais que dominaram América Latina até o século XX. Nesta mudança, se busca o reconhecimento de uma alteridade como característica fundamental de nosso tempo. Revela-se assim, que os estudos pós-coloniais, quando postos lado a lado com a pós-modernidade, evidenciam a crise dos grandes metadiscursos e o incremento exponencial dos fluxos de informação vindos por meio das TIC ou dos meios de comunicação de massa. Estes parecem ser mais eficazes na veiculação das novidades, e também, mais capazes de mostrar outras culturas e outros credos. Embora apresentados como exóticos, estes meios desvelam outras formas de dar respostas satisfatórias às necessidades que a diversidade cultural apresenta, os quais não apenas fazem uso da ciência e tecnologia, mas também do mito e da lenda. Neste artigo, se apresentam transformações no modo de olhar os elementos culturais evidenciados com a crise dos metadiscurso, a diluição das fronteiras entre o cânone e o popular, cada dia mais tênues, sutis, porosas e fronteiriças. Assim também, se buscará compreender qual o papel do discurso pós-colonial na desmistificação da ideia colonialista de “cultura universal” e sua fixidez preconceituosa diante das culturas locais da América Latina. Para tanto, se apresenta a obra descolonizadora de Violeta Parra em oposição à degradação simbólica que o Pós-Modernismo ocasionou nas crenças dos povos mesoamericanos. Como fundamentação teórica, as análises de Cristian Parker Gumucio(2004), Adolfo Colombres(2007) e Fredric Jameson(1994).