ADESÃO AO RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO ORGANIZADO DO CÂNCER DE MAMA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE CASCAVEL-PR
Resumo
Objetivo: Analisar a taxa de adesão à mamografia após a introdução de um protocolo de rastreio organizado, buscar os motivos da não adesão, bem como avaliar os principais fatores de risco envolvidos em mulheres residentes no território da Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Cascavel -PR. Material e Método: Foi um estudo de coorte longitudinal e prospectivo, com amostra de 214 mulheres com idade entre 50-69 anos. Durante a realização de visitas domiciliares para convidar para mamografia de rastreamento, uma entrevista estruturada foi realizada para avaliar os fatores de risco para câncer de mama. Em caso de recusa, no final da entrevista, foi perguntado as razões para o descumprimento e os dados foram coletados em questionário adequado. Resultados: A idade média das mulheres foi de 59,10 anos (± 5,10 anos). A mamografia foi realizada por 40,18% (86/214) das mulheres. Destas, 20,00% (17/86) apresentaram menopausa tardia, 12,79% (11/86) tinham história familiar de câncer de mama, 10,46% (9/86) tiveram menarca precoce, 1,16% (1/86) eram nulíparas, 2,35% (2/86) já haviam realizado biópsia de mama, embora nenhuma apresentasse história pessoal de câncer de mama ou primiparidade tardia. A realização, dentro da periodicidade recomendada, da mamografia e do exame citopatológico do câncer do colo do útero foi de 47,67% (41/86) entre as mulheres, sendo observado uma tendência de realização conjunta destes exames (p < 0,05). A mamografia não foi aceita por 59,81% (128/214) das mulheres convidadas, 32,02% (41/128) recusaram-se sem justificativa, 29,68% (38/128) já haviam feito o rasteio nos últimos 2 anos, 26,56% (34/128) não foram encontradas para responder ao questionário, 7,03% (9/128) não puderam comparecer ao agendamento por impossibilidade e 6,25% (8/128) haviam se mudado para outra região da cidade. Conclusão: Observou-se taxas de adesão em torno de 40 por cento das mulheres convidadas, e as principais razões para o não cumprimento eram recusa sem justificativa e prévia mamografia realizada em intervalo de dois anos. A adesão à mamografia mostrou associação consistente com teste Papanicolaou.