CASUÍSTICA DE UM SERVIÇO DE COLOPROCTOLOGIA – AVALIAÇÃO DE FÍSTULAS ANORRETAIS POR ECO ENDOANAL

Resumo

Introdução: O sucesso cirúrgico nos casos de fístula anorretal decorre de um diagnóstico preciso pré-operatório dos componentes do complexo fistuloso: local do orifício externo, trajeto fistuloso, possível local do orifício interno e extensão de trajeto, se tiverem, bem como se há cavidade ou coleção associada. Objetivo: O objetivo deste estudo foi demonstrar a importância da ultrassonografia anorretal tridimensional na avaliação anatômica do canal anal e reto na propedêutica da fístula anal. Metodologia: A pesquisa foi qualitativa, descritiva e transversal. Foram analisados os dados de cinquenta e cinco (55) pacientes provenientes do ambulatório de Coloproctologia da Gastroclínica de Cascavel – PR. Foram incluídos os pacientes que apresentaram suspeita de fístula anal ao exame físico e história clínica e que foram submetidos ao ultrassom anorretal 3D, no período compreendido entre junho de 2009 e abril de 2011. Foram excluídos os pacientes que não realizaram o exame ultrassonográfico tridimensional. A média de idade foi de 43 anos (23-74), sendo trinta e dois do gênero masculino (58,18%) e vinte e três do gênero feminino (41,81%). Resultados: entre as mulheres analisadas, duas (8,6%) haviam tido, pelo menos um parto natural. Dezenove pacientes (34,53%) foram submetidos anteriormente a algum tipo de cirurgia anal, dentre elas hemorroidectomia e fistulectomia. Quarenta e seis pacientes (83,64%) apresentaram característica de fístula transesfincteriana, três (3) de fístula inter-esfincteriana (5,45%) e seis (6) de fístula em ferradura (10,9%). Os achados demonstraram orifício interno situado no quadrante anterior em vinte e seis (26) pacientes (47,27%) e posterior em vinte e nove (29) pacientes (52,72%). Cavidades associadas foram observadas em vinte e sete (27) pacientes (49,1%). A média de extensão do trajeto foi de 2,16 cm. Em 12 pacientes (7,08%) que apresentavam trajeto secundário, foi evidenciado extensão do trajeto com média de 1,49 cm. Em dezenove pacientes (11,21%) submetidos a procedimentos cirúrgicos apresentaram achados que correlacionaram as evidências ultrassonográficas acima descritas. Conclusão: O presente estudo demonstrou a importância da ultrassonografia anorretal tridimensional na avaliação anatômica do canal anal e reto na propedêutica da fístula anal, visto que o exame proporciona melhores evidências anatômicas com relação a trajetos secundários e diferentes tipos de fístula, diminuindo o índice de recidiva.