AMNÉSIA GLOBAL TRANSITÓRIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autores

  • José Ricardo Paintner Torres
  • Evandro de Andrade Chemim
  • André Ricardo Macari
  • Laís Pasqualotto Farneda
  • Renato Endler Iachinski

Resumo

Mais de 50 anos após a sua descrição inicial, a amnésia global transitória permanece como uma das mais intrigantes síndromes da neurologia clínica. Apesar de seu caráter benigno, a habitual apresentação do distúrbio é a vinda de pacientes trazidos por familiares sendo esses, preocupados com derrame cerebral ou outras doenças cerebrais graves de seu ente querido. É um distúrbio neurológico caracterizado por uma perda repentina da memória anterógrada, às vezes acompanhada por prejuízo na memória retrógrada, sendo essa de intensidade variável e principalmente para eventos recentes. A amnésia anterógrada dura, em média, entre 4-6 horas e sempre menos do que 24 horas. O diagnóstico é clínico, havendo a necessidade de que o paciente não sofra perda de sua identidade pessoal ou tenha oscilação do nível de consciência. Além disso, não existem sintomas epilépticos, história recente de traumatismo craniano e presença de sinais neurológicos focais. Exames adicionais podem ser solicitados a fim de descartar diagnósticos diferenciais. Eletroencefalograma (EEG) deve ser considerado caso os episódios sejam curtos e recorrentes. Quando há a presença de sinais neurológicos adicionais, exame de imagem é imediatamente mandatório.  Em neuroimagens, lesões seletivas são encontradas no setor CA-1 do hipocampo, aparecendo entre 24 a 72 horas após o episódio, porém são reversíveis. Apesar de ser esclarecida a existência de estresse metabólico no hipocampo, a sua etiopatogenia ainda é obscura. Estudos demonstram que o prognóstico é favorável, havendo baixo risco de acidentes vasculares e bom  resultado cognitivo.

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Publicado

2022-09-12

Edição

Seção

Saúde e Biológicas