PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM INDIVÍDUOS HIPERTENSOS NA UNIDADE DE SAÚDE CANADÁ NA CIDADE DE CASCAVEL, NO OESTE DO ESTADO DO PARANÁ
Resumo
Introdução: A Síndrome Metabólica é um conjunto de anormalidades metabólicas e hemodinâmicas frequentemente presentes em indivíduos obesos. Índices antropométricos distintos, em particular o índice de massa corporal (IMC), ainda vêm sendo utilizados, embora não mostrem com veracidade a distribuição da gordura corporal. Vários estudos atrelam a gordura visceral, aferida pela circunferência abdominal, como preditivo para maior risco cardiovascular. A Síndrome Metabólica, portanto, é definida pela National Cholesterol Education Program - Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) por meio de cinco critérios a serem avaliados: Obesidade abdominal, Hipertrigliceridemia, Redução de HDL, aumento da pressão arterial e aumento da glicemia de jejum. Objetivo: Avaliar pacientes portadores de Hipertensão, já cadastrados no programa do Sistema Único de Saúde (SUS), no programa Hiperdia, utilizando, para análise, as fichas de cadastro de 2012 até 2015 e concomitantemente os prontuários para análise de exames laboratoriais dos últimos seis meses. O principal objetivo é analisar a prevalência de indivíduos portadores de Síndrome Metabólica dentre os já em tratamento de hipertensão, a fim de verificar se há aumento do risco cardiovascular e piora no prognóstico dos pacientes hipertensos. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado com 255 pacientes de 30 a 90 anos, cadastrados no programa Hiperdia e com exames de rotina realizados e devidamente registrados nos prontuários, nos últimos seis meses. Resultados: O sexo feminino representou 61,27% dos indivíduos. O sedentarismo foi prevalente em 78,43% dos pacientes. O tabagismo mostrou-se menos recorrente no grupo estudado, com porcentagem de 79,22% de não fumantes. Pacientes com antecedentes pessoais e familiares de doença cardiovascular atingiram a porcentagem de 48,63%. Esses dados são relevantes na piora do prognóstico de hipertensos crônicos. Com base nos critérios de NCEP-ATP III para diagnóstico da Síndrome Metabólica, a prevalência desta, incluindo homens e mulheres na amostra, foi de 68,33%, no grupo de 29 anos a 51 anos; 69,79%, no grupo de 52 anos a 62 anos; 70,71%, no grupo com idade maior que 62 anos. Quanto à prevalência de Síndrome Metabólica entre os homens, tem-se 61,90%, no grupo de 29 a 51 anos; 60,98%, no grupo 52 a 62 anos; 63,89%, em maiores de 62 anos. A Síndrome Metabólica no sexo feminino teve como resultados: 71,79%, no grupo de 29 a 51 anos; 76,36%, no de 52 a 62 anos; 74,60%, em maiores de 62 anos. Conclusão: A prevalência de Síndrome Metabólica na amostra estudada na Unidade de Saúde Canadá, em Cascavel/PR, foi elevada, seguindo um padrão já apresentado em outros estudos brasileiros; porém, apresentou discrepância em relação à literatura internacional a respeito do tema. Não houve prevalência da síndrome em idosos, se comparada à prevalência em adultos jovens. A hipertrigliceridemia não apresentou muitas alterações na amostra, e o HDL apresentou-se baixo, mas não foi ponto relevante dentro da pesquisa. Os índices mais alterados da pesquisa são os indicadores mutáveis com alteração do estilo de vida (dieta e exercícios físicos). A pesquisa, portanto, é de suma importância para traçar o perfil dos pacientes hipertensos da Unidade de Saúde Canadá e, assim, tornar viáveis a abordagem da prevenção e o melhor prognóstico dos pacientes dentro das unidades de saúde regionais.