PERSPECTIVAS SEMIÓTICAS E DISCURSOS POLIFÔNICOS DE LINGUAGEM URBANA E ARQUITETURAL: O CASO DE CURITIBA.
Resumo
Nessa investigação considera-se e reflete-se acerca de Curitiba e do sujeito Jaime Lerner. Pressupõe-se que o que hoje é tido como estilo de viver dos moradores de Curitiba é resultado da linguagem do arquiteto. Apresenta a linguagem urbana e arquitetural de Curitiba entre 1960 e 2000, como cenário construído pelo arquiteto e administrador público Jaime Lerner. Defende que o arquiteto assume o poder como prefeito municipal e como governador do Estado, para ter sua linguagem materializada. Essa linguagem pode ser entendida e justificada através de fundamentações teóricas encontradas em Bakhtin, Adorno e Catoriadis. Propõe que o cidadão aceita as obras do arquiteto, assumindo e incorporando o papel de ator neste novo cenário construído, sofisticando-se. Esta sofisticação eleva o padrão de bem-viver, em crescente refinamento social: faz com que, no imaginário dessa sociedade, o indivíduo sinta-se mais cosmopolita. Apresenta o arquiteto Lerner em campanha pela presidência da UIA, tendo como proposta o programa "Celebração das Cidades", cujo modelo é Curitiba. Em apreciação social conclui-se que Curitiba realmente transformou-se. Mais que transformada, Curitiba passa a ser modelo de novas transformações, conforme teoriza Bakhtin. Segundo Adorno, o refinamento do aparato social empobrece as vivências desta sociedade. Segundo Castoriadis, a auto transformação acontecida pelo fazer social em Curitiba aconteceu pelo pensar político.