INCIDÊNCIA DE CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DE CASCAVEL

UMA ANÁLISE PRÉ E PÓS COVID-19

Resumo

A sífilis é uma doença o com a possibilidade de transmissão vertical e por isso a prevenção, diagnóstico e tratamento são fundamentais para a saúde da gestante e do feto. É uma doença que tem cura, e a informação é uma das principais formas de combatê-la. Mesmo em um cenário com risco de infecção pelo SARS-CoV-2, o acompanhamento médico, respeitando medidas como higienização da mãos e distanciamento, precisa ser mantido. O objetivo deste estudo é avaliar a incidência de casos de sífilis congênita notificados no município de Cascavel. Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo observacional, quantitativo e descritivo. É uma análise de dados secundários, do período compreendido entre 2015 e 2020, coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e no MS/SVS/ Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, ambos do Datasus. A análise dos dados coletados permite observar uma diminuição nos casos de sífilis congênita notificados no ano de 2020. Houve uma redução de 47,6% na sífilis adquirida por mulheres, em comparação com ano anterior; o mesmo aconteceu em casos de sífilis em gestantes, com uma redução de 10,5% no número de casos. Na sífilis congênita houve uma redução de 27,8% no número de notificações e, no caso do acompanhamento pré-natal, a redução foi de 26,7%. Esses números indicam uma possível subnotificação nos casos de sífilis em gestantes e sífilis congênita, significando que a real situação está sendo subestimada. Foi observada uma diminuição significativa nos números de sífilis no ano de 2020. Isso não significa necessariamente uma redução dos casos, mas sim uma possível subnotificação, pois devido à pandemia do COVID-19, em virtude do medo e da ansiedade, mulheres gestantes podem ter deixado de comparecer às consultas, ficando, assim, sem o diagnóstico e tratamento adequados para possíveis doenças, entre elas, a sífilis.