MENINGIOMA MICROCÍSTICO EM CÃO - RELATO DE CASO
Resumo
Relata-se um caso de uma variante de meningioma em medula espinhal toracolombar, diagnosticada em cão sem raça definida de nove anos de idade com sinais neurológicos progressivos, inicialmente assimétricos, que evoluíram em um período de 11 semanas, de hiperestesia espinhal com monoparesia ambulatória, e reflexos segmentares e tono muscular normais, para paraplegia, incontinência urinária espástica e ausência nociceptiva. Por meio de avaliação por ressonância magnética foi percebida a presença de área oval de hiperintensidade intramedular. A abordagem cirúrgica revelou a presença de tumor intramedular, edema, distensão meníngea e hemorragias peritumorais. Pelo acesso cirúrgico realizado, laminectomia, não foi percebido que se tratava de um tumor meníngeo com base contralateral ao acesso, e com caráter infiltrativo. Na análise histopatológica observou-se uma proliferação de células com padrão mesenquimal, arranjadas em feixes multidirecionais, apresentando vacuolização intracitoplasmática que levava a formações císticas. Optou-se pela análise imunohistoquímica com marcadores específicos para confirmar a origem meníngea e descartar possibilidade de origem glial ou de células de Schawnn. Logo, as alterações microscópicas e a observação de infiltração intradural foram compatíveis com meningioma microcístico grau II. Meningiomas são tumores encefálicos e/ou espinhais intradurais/extramedulares que podem se infiltrar no parênquima nervoso e causar um efeito de massa de compartimento misto, o que pode contribuir para o desenvolvimento de padrão de imagem intramedular que representa pior prognóstico na maioria das vezes.
