LINFOMAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA NO SUL DO BRASIL

Resumo

Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico de crianças e adolescentes portadores de Linfoma em um centro de referência em Oncologia Pediátrica no Oeste do Paraná. Métodos: Estudo observacional, transversal e quantitativo-descritivo realizado mediante análise de prontuários médicos, entre janeiro/2001 e junho/2019. Foram avaliados dados referentes ao número de casos de Linfoma de Hodgkin (LH) e Linfoma não Hodgkin (LNH), assim como variáveis sexo, idade ao diagnóstico, manifestações clínicas, diagnóstico histopatológico, estadiamento, tempo entre o início dos sintomas e busca por atendimento e evolução. Resultados: Dos 82 pacientes analisados, 49 (60%) eram do sexo masculino, enquanto que 33 (40%) eram do sexo feminino. A idade média do diagnóstico foi de 11,6 anos, sendo mais prevalente em pacientes com a faixa etária entre 14 e 19 anos, correspondendo a 32 (39%) casos. As manifestações clínicas iniciais mais frequentes foram: linfonodomegalia (n=49; 60%), perda de peso (n=20; 24,4%) e febre (n=19; 23,2%). A média de tempo entre os primeiros sintomas e o início de atendimento foi de 68 dias. Os subtipos histopatológicos do LNH de maior prevalência foram Linfoma de Burkitt com 14 (17%) casos, seguido pelo Linfoblástico com 11 (13,4%) pacientes. Enquanto os subtipos mais prevalentes do LH foram respectivamente, Esclerose Nodular com 21 (25,6%) pacientes e Celularidade Mista com 11 (13,4%). Quanto ao estadiamento clínico, 34 (41,5%) apresentaram doença localizada (estádio I/II) ao diagnóstico, 45 (54,9%) com doença avançada (estádio III/IV) e três pacientes não foram classificados por falta de dados. Dos 82 pacientes atendidos, 55 (67 %) permanecem vivos. Conclusão: Diante dos resultados apresentados, conclui-se que houve um predomínio de LH sobre os casos de LNH. Além disso, a sobrevida ficou muito abaixo do considerado ideal para o Linfoma, principalmente relacionado ao LNH. Nesse contexto, é fundamental reconhecer as características dessa doença para facilitar o acesso desses pacientes a centros de referência oncológica, afim de possibilitar diagnóstico precoce e tratamento adequado.