INTERRELAÇÃO ENTRE CIRURGIA BARIÁTRICA E TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR
Resumo
Introdução: A obesidade e a depressão são graves problemas de saúde pública, por reduzirem a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes. A obesidade extrema aumenta a prevalência de depressão, ansiedade e alterações do comportamento alimentar. Além do tratamento clínico, a cirurgia bariátrica melhora a maioria das comorbidades associadas à obesidade, a insatisfação com a imagem corporal e demais quadros psiquiátricos. Objetivos: Discutir a influência do procedimento aplicado ao tratamento da obesidade grau III no transtorno depressivo maior. Metodologia: A pesquisa incluiu dados de artigos científicos, disponíveis nas bases de dados do Pubmed e Scielo, sobre transtorno depressivo maior em indivíduos candidatos à cirurgia bariátrica ou em pacientes submetidos ao procedimento, nas três técnicas definidas: balão intragástrico, bypass gástrico Y de Roux e desvio biliopancreático com derivação duodenal / duodenal switch. Resultados: As técnicas avaliadas são eficazes na perda ponderal. Apesar da forte associação entre obesidade e depressão, não há consenso na relação de causa e efeito. Também não há dados precisos que correlacionem a depressão diretamente aos tipos de técnicas empregadas e nenhuma delas evidenciou maior predisposição ao desenvolvimento e/ou manutenção ou melhora e/ou cura dos sintomas depressivos, apesar da maioria afirmar melhora expressiva na qualidade de vida após o tratamento bariátrico, e que é essencial o acompanhamento multidisciplinar. Conclusão: São necessários novos trabalhos que comparem as técnicas empregadas para o tratamento da obesidade mórbida e que relacionem as repercussões fisiológicas e psicopatológicas com as alterações anatômicas e funcionais decorrentes dos procedimentos.